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A campanha de Hillary Clinton estava longe de imaginar, quando decidiu passar um anúncio eleitoral com imagens antigas de uma menina na cama, que a pequena, agora uma jovem, surpreenderia o mundo apoiando o rival democrata Barack Obama.

"O anúncio o que vende é medo. Recorre a algo fácil, barato. Realmente prefiro a mensagem de Obama, de olhar com ilusão para um futuro brilhante".

Esta afirmação vai fazer "correr" muita tinta até às próximas eleições nos EUA.

Foi, imagine-se, proferida por uma jovem de 17 anos, Casey Knowle.

O anúncio foi emitido há uma semana pela campanha de Clinton: aparece uma menina a dormir placidamente na cama, a altas horas da madrugada, enquanto na Casa Branca soa um telefone alertando para uma ameaça nuclear.

"São três da manhã e o teu filho dorme placidamente. Quem acreditas que atenderá o telefone"? diz a voz do narrador, a que se seguem imagens de Hillary Clinton agarrando no auricular.

A emissão deste polémico anúncio de "telefone vermelho" coincidiu com a realização das primárias no Texas, onde Hillary obteve uma vitória depois de 12 derrotas consecutivas noutros Estados.

Nas entrevistas concedidas aos media, Knowles assegurou que as imagens do anúncio são antigas e foram gravadas quando tinha 8 anos para a publicidade de uma empresa ferroviária.

Segundo disse, não tinha visto o anúncio até ele ser emitido pelo The Daily Show, o programa realizado por Jon Stewart em Comedy Central. Foi então que o irmão a reconheceu.

Knowles, estudante do último ano no instituto do Estado de Washington, tem estado a fazer campanha por Obama, candidato à investidura democrata, tal como Hillary, às presidenciais norte-americanas de Novembro e foi mesmo ao comício do senador do Illinois em Seattle, onde chegou a apertar-lhe a mão.

A campanha de Hillary Clinton comprou as imagens a uma empresa de publicidade, Getty Images.

"É realmente irónico que a minha imagem seja utilizada para defender a causa de Hillary, quando eu não a defendo", disse a jovem Knowles à NBC.

É interessante, não?

Usamos as crianças em anúncios sem que elas percebam minimamente o que estão para ali a fazer. Depois, crescidas e com alguma maturidade, vemos o que realmente são.

É como o anúncio das papas Cerelac (ou lá como se chamava), a bebé, há coisa de um ano e tal mais ou menos, passou num programa de televisão e mostrou-se indiferente e com alguma vergonha quando afirmaram aquilo em frente à câmara.

E vai mais uma derrota, agora nos anúncios.

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Notícias SAPO